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Descarbonização do transporte marítimo e transição energética são foco da discussão 

É preciso avançar na regulamentação que permita e incentive o uso de fontes de energias renováveis, como hidrogênio, amônia, energia solar, eólica e das marés 

Julho de 2022 – Com a presença de chefes de estado, setor privado, academia e terceiro setor discutem todos os assuntos ligados ao oceano – econômicos, sociais e ambientais – a Conferência do Oceano, promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU), teve como um dos temas centrais a questão das mudanças climática e do oceano. 
Um dos aspectos mais destacados pelos participantes foi a importância da descarbonização do transporte marítimo. Para a adoção de um transporte marítimo carbono zero, no entanto, é preciso que ocorra um esforço conjunto global, com uma coordenação internacional para cocriação de soluções, relacionando principalmente as recargas e manutenções que precisam estar espalhadas pelos portos do mundo, bem como a regulamentação que permita o uso de energias renováveis e o investimento em tecnologia para desenvolver essas novas fontes de energia, como hidrogênio, amônia, energia solar, eólica e das marés, entre outras.  
O desenvolvimento de soluções de comunicação e otimização logística, permitindo melhor aproveitamento do tempo e deslocamento dos navios, para que eles não fiquem esperando e manobrando na fila para carga e descarga para poupar combustíveis e energia, é outra solução que pode ser adotada para minimizar os efeitos da poluição dos mares. Para se ter uma ideia da dimensão causada pela poluição oriunda do transporte no oceano, caso a frota marítima fosse um país, teria a terceira maior emissão de carbono do mundo, por isso a urgência na transição para um transporte zero carbono.   
Como é um trabalho que precisa envolver toda a cadeia de valor para que surta efeito, os participantes do evento firmaram o compromisso de que as discussões sobre o tema serão levadas e aprofundadas durante a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-27), que acontece em novembro, no Egito.    
Outro viés abordado durante o evento foi a necessidade de mapeamento do oceano, esse “grande desconhecido”. Não conhecemos o oceano em sua totalidade e, por isso, o seu mapeamento é uma das principais tendências para governos e a academia. O conhecimento do oceano é fundamental para ajudar a traçar estratégias para poupar combustíveis, traçar melhores rotas de transporte de mercadorias e prever grandes eventos climáticos.  
O enviado especial do presidente norte-americano para o clima, John Kerry, afirmou que 65% do PIB global está comprometido com o objetivo de evitar que o aquecimento global ultrapasse um aumento de 1,5°C em relação ao século 19, o que é um claro sinal para o mercado. “Mas precisamos avançar mais rápido, buscando novas fontes energéticas e soluções diferentes das que são utilizadas atualmente”, disse. Segundo o ex-secretário de Estado americano, são necessários US$ 2,5 trilhões ao ano, pelos próximos 30 anos, para combater as mudanças climáticas.