Refugiadas participam de treinamento em mídias sociais e empreendedorismo na Estação Hack, do Facebook.
Refugiadas participam de treinamento em mídias sociais e empreendedorismo na Estação Hack, do Facebook. (Foto: Fellipe Abreu)
Por: Mateus Ferreira
Cerca de 50 mulheres em situação de refúgio reuniram-se na sexta-feira (09), na Estação Hack, centro de inovação do Facebook, em São Paulo, para o último workshop da edição 2018 do Empoderando Refugiadas, projeto do ACNUR, da Rede Brasil do Pacto Global e da ONU Mulheres. A iniciativa promove a inserção de refugiadas no mercado de trabalho brasileiro. O tema do encontro foi empreendedorismo e as ferramentas oferecidas pelas mídias sociais.
Como abordado em workshops anteriores do projeto, o empreendedorismo é uma opção viável para mulheres que buscam uma inserção no mercado de trabalho e, neste contexto, as redes sociais são ferramentas importantes. Por meio de uma página no Facebook, Razan, refugiada síria que participou de edições anteriores do projeto, conseguiu estabelecer-se profissionalmente no país. A empreendedora hoje tem um serviço de buffet especializado em comida árabe, cuja divulgação é feita em sua página no Facebook, Razan Comida Árabe, que já soma mais de 9 mil seguidores.
“Quando conheci as redes sociais no Brasil, senti que iriam mudar minha vida. No começo foi muito difícil por conta da língua, mas graças às redes sociais, meu negócio ficou muito conhecido”, declarou Razan.
A grande vantagem do empreendedorismo, segundo especialistas, é a possibilidade de firmar-se profissionalmente a partir de um hobbie ou paixão, sem a necessidade de experiência profissional prévia. “O primeiro passo para empreender é reconhecer o seu diferencial, suas habilidades. É perguntar a si mesmo o que você faz melhor. Além disso, ficar atento às necessidades do mercado. No seu próprio bairro, na comunidade, é possível reconhecer as oportunidades”, ressaltou Cláudia Mamede, representante da Rede Mulher Empreendedora, plataforma de apoio ao empreendedorismo feminino do Brasil.
A síria Razan compartilha sua história de sucesso com as redes sociais com outras mulheres. (Foto: Fellipe Abreu).
Heloisa Harumi, também representante da Rede Mulher Empreendedora, reforçou que “Empreender não tem uma receita própria, é preciso se adaptar à sua realidade, à realidade do seu lugar. Hoje, as ferramentas, como as redes sociais, facilitam muito este processo de divulgação, de gestão de seu negócio.”
As mulheres do projeto puderam não só ouvir sobre o tema, mas também utilizar na prática as ferramentas digitais durante o workshop. Representantes do Facebook deram dicas e instruções sobre como divulgar seu negócio pelo Facebook e Instagram, duas redes sociais muito utilizadas no mundo do empreendedorismo.
Além das habilidades individuais, a cultura e origem de cada mulher também são indispensáveis na hora de começar um projeto, principalmente nas redes sociais. “As pessoas gostam de ouvir histórias e nas redes sociais é a mesma coisa. Por meio delas, você pode contar um pouco da sua origem, da sua cultura e, claro, do seu negócio”, afirmou Diogo Andrade, especialista da Algar Tech, que representou o Facebook no workshop.
Vanessa, venezuelana participante da atual edição do Empoderando Refugiadas, contou que já tem uma página no Facebook, onde faz a divulgação de seu empreendimento de sucos orgânicos. Segundo ela “este projeto começou no Brasil. Comecei a vender por meio das redes sociais e pretendo expandir ainda mais o negócio”.
O Empoderando Refugiadas
Nesta terceira edição, o Empoderando Refugiadas atende a cerca de 50 mulheres em situação de refúgio. Junto a organizações do setor privado, o projeto capacita e promove encontros de relacionamento com o objetivo de inserir as participantes no mercado de trabalho. O Empoderando Refugiadas tem como parceiro o Facebook e conta com o apoio das empresas ABN AMRO, Carrefour, Lojas Renner, Pfizer e Sodexo.
Além disso, existem as parcerias estratégicas com Consulado da Mulher, Fox Time, Grupo Mulheres do Brasil, Migraflix e Programa de Apoio para a Recolocação dos Refugiados (PARR).