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Combate à Corrupção: uma oportunidade de negócios e de ética no setor privado

Em 2018, a corrupção voltou a ser a considerada o maior problema do Brasil, segundo pesquisa do Datafolha.

Em 2018, a corrupção voltou a ser a considerada o maior problema do Brasil, segundo pesquisa do Datafolha. E não é por menos. Estimativas do Tribunal de Contas da União apontam que desde a década de 1970 o país perdeu R$ 300 bilhões apenas com a corrupção em obras de infraestrutura. No cenário internacional, a situação também é alarmante. Em 2017, o Brasil caiu 17 posições no Índice de Percepção da Corrupção da Transparência Internacional.
Segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que agrega as principais economias mundiais, a corrupção movimenta US$ 2,6 trilhões por ano globalmente. O prejuízo equivale à metade de tudo o que o mundo precisa para garantir uma infraestrutura adequada a seus cidadãos até 2030. Compromissos promovidos por órgãos como o Grupo de Ação Financeira Internacional (FATF-Gafi) buscam reverter essa situação. A Rede Brasil do Pacto Global dá luz a esse tema em 9 de dezembro, pois é quando comemora-se o Dia Internacional Contra a Corrupção. O Combate à Corrupção é um dos nossos 10 Princípios.
Quando os principais escândalos de corrupção nos últimos anos envolvem a intrínseca relação entre empresas públicas, organizações privadas, partidos políticos e membros do governo, o setor empresarial ficou sob os holofotes da opinião pública. Isso gera impactos negativos e significativos nas operações e nas reputações dos participantes destes grandes esquemas – o Brasil passou a ser considerado o país com maior percepção da corrupção no meio corporativo, de acordo com estudo da Ernest & Young. Para evitar esse cenário, muitas organizações reforçaram seus programas de compliance, códigos de conduta e toda a atuação em ações voltadas ao combate a esta prática, inclusive dentro do Grupo Temático Anticorrupção.
 
Ações Coletivas Anticorrupção
Surgiu no Grupo Temático (GT) Anticorrupção da Rede Brasil do Pacto Global a ideia de fazer uma cartilha capaz de agregar os possíveis cenários de corrupção dentro do setor de construção civil – o mais afetado pela operação Lava Jato – e indicar caminhos para evitar a participação das empresas da área nesses tipos de esquema. A iniciativa, contudo, não sairia do papel sem o diálogo franco e aberto com as principais companhias brasileiras da construção civil, inclusive aquelas que estiveram recentemente envolvidas em escândalos. A cartilha Integridade no Setor de Construção – Discutindo os Dilemas e Propondo Soluções para o Mercado, financiada pela Siemens Integrity Initiative, está acessível na seção Publicações Rede Brasil.
Outra Ação Coletiva de mesmo formato está em andamento na área de limpeza urbana, em conjunto com o Instituto Ethos. Com as participações de empresas e entidades de classe, a iniciativa criará um pacto setorial de integridade e contemplará ainda treinamentos e uma cartilha nos moldes da publicação feita para a construção civil.
 
Treinamentos de Avaliação de Risco de Corrupção
Uma ferramenta internacional que passou a ser disseminada pela Rede Brasil em workshops foi o Guia de avaliação de risco de corrupção, elaborada pelo Pacto Global das Nações Unidas em parceria com a Deloitte e cuja tradução para o português também está acessível. Treinamentos com empresas procuraram indicar práticas que inspirem a ética no ambiente de negócios.
 
Saiba o que significa cada expressão no mundo das Ações Anticorrupção  
Compliance: Medidas tomadas por organizações para disciplinar o cumprimento da Lei do país onde atua. Para ser efetivo, é necessário que programas de compliance também fortaleçam seus mecanismos de monitoramento interno, além de criar políticas de relacionamento com o setor público e fornecedores.
Lei Anticorrupção: Legislação promulgada em 2013 pela República Federativa do Brasil que normatiza a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.
Boas Práticas: Conjunto de medidas que foram bem-sucedidas no monitoramento e combate à corrupção por determinada organização.
Auditoria interna: Mecanismo de organizações para identificar e avaliar práticas internas com a finalidade de identificar eventuais problemas ou riscos.
Stakeholders: Todas as partes interessadas de uma empresa, tais como clientes, fornecedores, funcionários, comunidades do entorno, acionistas, governos, entre outras. As empresas devem estar atentas na relação com seus stakeholders, que precisa ser sempre positiva e alinhada às exigências da sociedade.